Para os que estavam a ressacar com a paragem do futebol nacional, agosto é o mês onde tudo volta ao normal, quando é dado o pontapé de saída da nova época futebolística.
O futebol é um fenómeno sociológico de massas enraizado na cultura e no estilo de vida nacional.
Fora das quatro linhas que circundam os campos relvados, onde 11 jogadores de cada lado disputam a entrada da bola dentro da baliza adversária, o futebol joga-se fervorosamente, no dia-a-dia, num retângulo que é Portugal, por milhões de jogadores que são os portugueses e em canais que vão desde conversas de café, discussões entre amigos, comunicação social, internet e redes sociais – vive-se o campeonato das emoções.
A verdade e a mentira dependem do momento, da circunstância e do lado em que se está da barricada – toda a gente tem os seus argumentos, mesmo perante factos.
Citando Blaise Pascal, “o coração tem razões que a própria razão desconhece”, assim é o futebol em Portugal, muitas razões, sem razão nenhuma.
O campeonato das emoções é paralelo à época futebolística – o jogo é totalmente dos adeptos, que quase nunca enchem os estádios, mas que sustentam três jornais desportivos diários, horas intermináveis de debate televisivo diário (sem contar com a transmissão dos jogos propriamente ditos), canais desportivos em sinal aberto, canais desportivos por subscrição, sítios na internet, blogues, influenciadores, grupos de Facebook, etc, etc, etc.
Para além de serem o destaque de agenda da comunicação social, os clubes são, também eles próprios, media. Têm canais de televisão, sites com grandes audiências, newsletters, redes sociais e outros meios de comunicação, que são geridos estrategicamente para gerar imagem de marca, relação com as comunidades e retorno para os seus patrocinadores. Os adeptos, leitores, fãs e influenciadores dos clubes, para além de servirem os espaços de comunicação dos clubes, mexem facilmente com os alinhamentos editoriais dos media convencionais.
Quanto maior for o espaço de comunicação do clube, maior a sua capacidade de projetar a sua marca, envolver adeptos e reforçar os seus argumentos junto dos seus patrocinadores, garantindo-lhes visibilidade e engagement.
Apesar da ambiguidade duma provável relação direta entre resultados desportivos e gestão de marketing, o que é certo é que quanto mais valorizado for o clube como marca, melhores são os seus resultados desportivos.
A explicação é simples e até bastante objetiva, existindo maior capacidade de envolver adeptos, e patrocinadores, mais dinheiro entra para fazer a gestão desportiva propriamente dita.
O marketing não gere um clube ao nível desportivo, os jogos ganham-se dentro do campo, mas, é fora do campo que está o campeonato das emoções, ou seja, o ativo mais valioso gerado em torno deste fenómeno do futebol, pelo que ajuda muito.
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About Uriel Oliveira
É vice presidente da Cision Portugal, coordena as unidades operacionais da organização e é responsável pelo desenvolvimento do negócio, inovação, marketing e plano global de comunicação. É licenciado em comunicação empresarial e trabalha em media intelligence há 24 anos. Responsável pela gestão de contas de grandes clientes empresariais, instituições governamentais, particularmente na negociação, desenvolvimento de projetos e relacionamento institucional. Adora trabalhar em novos projetos, desenvolver novas ideias e estar em contacto permanente com os clientes. Gosta de viajar, conviver, de música e de gastronomia.