Mário Ferreira, acionista da Media Capital com 30,22% do capital do grupo, apresentou na passada segunda feira, uma queixa na ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social contra a Cofina. Em causa está o facto de o empresário considerar que aquele grupo de comunicação social tem tentado denegrir tanto a imagem da Media Capital como a do próprio, “com o objetivo de baixar preços, afastar potenciais investidores e comprar ao desbarato”, referiu à agência Lusa.
Segundo Mário Ferreira, em declarações à TSF, nos últimos meses o Grupo Cofina (do qual fazem parte publicações como o Correio da Manhã, o Jornal de Negócios e a revista Sábado) produziram mais de 250 artigos relacionados com o empresário: “para não falar sobre as notícias sobre a Media Capital, para denegrir a imagem da Media Capital, foram quase mil. Temos estado em silêncio, optámos por isso, respeitando as competências do regulador para ver se teriam alguma intervenção. Assim não aconteceu e, hoje, decidimos solicitar uma intervenção urgente da ERC na adopção de medidas que assegurem o respeito pelas regras morais, éticas e deontológicas que regem o exercício da liberdade de imprensa que a Cofina optou por não usar”.
A 14 de maio de 2020, Mário Ferreira, dono da Douro Azul e de outros investimentos, comprou 30,22% da Media Capital (dona da TVI), através da Pluris Investments por 10,5 milhões de euros.
Porém, a CMVM está a analisar, desde julho, a relação entre a Prisa, que controlava a Media Capital através da Vertix, e a Pluris, e o impacto na estrutura de controlo da Media Capital. Também a ERC informou em comunicado emitido a 17 de julho, que está a analisar as mudanças na estrutura acionista da TVI, o que levou a Media Capital a considerar que a Cofina estaria a “instrumentalizar” a ação do regulador, acusação prontamente refutada pela Cofina. Entretanto, as audições relativas às mudanças na estrutura acionista da Media Capital tiveram início no dia 9 de setembro, segundo informação confirmada pela ERC.
Recorde-se que em agosto de 2020, a Cofina lançou uma OPA sobre a totalidade da Media Capital (dona da TVI e da Rádio Comercial) onde propunha um aumento de capital na ordem dos 20 milhões de euros, caso a mesma se concretizasse. Contudo, em setembro, a Prisa acabaria por vender a sua participação naquele grupo de comunicação a vários investidores, entre os quais estão nomes conhecidos como o de Cristina Ferreira, Pedro Abrunhosa, Lourenço Ortigão, Tony Carreira e ainda os empresários Paulo Gaspar (Lusiaves), família Serrenho (CIN), Manuel Lemos de Ferreira Lemos (gestor ligado à área hospitalar, em Mirandela) e Luís Guimarães (Polopiqué).
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About Lúcia Pereira
Licenciada em Relações Internacionais, entrei para a Cision (então Memorandum) em fevereiro de 1998 para realizar um estágio profissional. Entre 1998 e 2009 desempenhei funções sobretudo na área do clipping e edição de texto (Departamento de Produção). Em 2009 fui convidada a ingressar no Departamento de Research e assim responder a um novo desafio e função na empresa - a de Media Researcher. No meu tempo livre gosto de ir à praia, de caminhar e de séries cómicas, sobretudo gosto do humor inteligente onde a crítica e o elogio às diferentes áreas da sociedade é feito não só com o intuito de nos divertir mas sobretudo de nos fazer pensar "fora da caixa".