A Comunicação de Humano para Humano (H2H) é apresentada como uma tendência para este ano de 2017.
Deixar de reduzir as estratégias de Comunicação a gavetas de interlocutores e, sobretudo, deixar de reduzir os interlocutores estratégicos aos businesses (B2B) ou aos consumers (B2C) pode ter grandes vantagens. Na teoria, e também na prática, esta tendência reconhece o espectro de agentes estratégicos numa nova escala, abrindo os seus horizontes ao universo Humano (que é uma amostra bastante maior), e oferecendo à Comunicação (oficialmente, sob a forma de uma tendência) a merecida democratização.
Neste novo universo tudo deve ser personalizável, parametrizável, pessoal. Cada momento de Comunicação, directo ou remoto, escrito ou falado, é uma concretização estratégica. Para lá do cumprimento estandardizado de uma parte do plano, é um esforço de leitura do outro, uma activação optimizada para chegar àquela pessoa e não outra. Neste universo todas as comunicações e todos os interlocutores importam. Como se cada pessoa fosse um vendedor ou comprador porta-a-porta, não só de produtos mas também de ideias ou valores, e agora em todos lugares. Cada momento visto como uma oportunidade, concretizada ou perdida, para criar uma influência, ou para reproduzir uma cadeia de influências.
Esta revolução estratégica do público-alvo formaliza a sua conversão numa enorme multidão de indivíduos. Um exercício de reconhecimento dos rostos dos interlocutores, e da assunção do poder de cada um dentro do seu grupo, e face ao seu grupo.
Mas não é só o destinatário que ganha um rosto. Também o remetente, a empresa, se concretiza de forma diferente em cada pessoa, tornando humana e individual a voz corporativa. Talvez esta tendência consiga consolidar a ideia de que a empresa se materializa e se pronuncia através de cada um dos seus agentes, de forma transversal, na sua condição particular de cartão-de-visita, de porta-voz. Desde a pessoa que abre a porta da rua até à pessoa que elabora o plano de Comunicação, mesmo que não seja até aqui oficial que ambas devam incorporar a mesma estratégia. Sim, dentro de portas, onde também há Humanos estratégicos para o plano, o H2H poderá (deverá) trazer novas e melhores formas de interação.
Depois de todas as vertigens tecnológicas, e de todas as obsessões globalizantes, observa-se no mundo desenvolvido um movimento de retorno às origens. Quando muitos negócios regressam ao rural, muitas modas apelam às matérias-primas naturais, as cidades e os países exibem as bandeiras da identidade e da tipicidade, e o vintageestá em alta, nada faria mais sentido para a Comunicação da empresa do que retornar ao Humano. E tenho para mim que cada esforço neste sentido valerá toda a sua pena.
A empresa tem de deixar de ser o menino que fala com pessoas do outro lado do mundo sem conhecer o vizinho. Não pode haver nada mais indicado para um fresh start da Comunicação do que regressar a casa, e tratá-la com a visão amadurecida de quem já viajou por outros destinos. Estou certa de que, potenciada pelo engenho tecnológico, e apoiada por gigantes bases de dados, capazes de gerar análises a escalas nunca antes possíveis, a Comunicação de Humano para Humano terá muito para dar. A ponto de ser uma tendência que talvez devesse ter sempre existido, e que nunca venha a deixar de fazer sentido.
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